sim, sou viciada em diários de dor (expressão daqui). e sim, também eu li the secret e me parece fácil de entender que quem acarinha a dor só tem espaço para ela na sua vida.
[mas quem sou eu, para além da dor?]
(na sala jeff buckley chora Hallelujah)
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hoje acordei e tu não estavas. não sei onde estiveste. nunca soube, de facto. mas eras tão verdade em mim como o sangue que de mim cresce quando corto um dedo.
não posso afogar noutro corpo a sede da tua pele. viver depois de ti é um vazio. ainda é cedo. voltei-te a cara, voltei-te as costas. sim, eu nunca fui insegura. talvez não percebas a diferença, mas tu tornas-me vulnerável. assentei segura em ti. eu cresço sozinha, tens razão. mas por mais que ao teu lado já não me vejas, ainda não me fui embora. continuo sentada no beiral da tua janela. ontem pela bertrand folheei frases dispersas. preciso de deixar de fumar-te, de beber-te, de respirar-te. os senhores não amam os seus escravos.
nunca me pus abaixo de ti, mesmo se achaste que o fazia. adorava-te porque te adoro. como sempre quis que me adorasses e sempre me magoou que o teu orgulho imenso não to permitisse. no teu palco não cabe mais ninguém, mas eu governava os bastidores para que a tua luz fosse permanente e fulgurante. agora deixo-te o palco vazio. já não consigo aplaudir-te do fundo da plateia nem cobrir-te de flores à boca de cena.
espero por ti lá fora.
1 comentário:
Excelente!!!
Disseram-me um dia que eu deveria escrever um livro. Mas não me parece existir espaço para um livro meu, se o teu não estiver traduzido em mil países.
Beijos
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