quinta-feira, 10 de maio de 2007

dreamweaver II

fantasiavas tanto, tanto. os teus olhos brilhavam às luzes, o teu sorriso vagueava pelas ruas. criaste personagens com vidas sinuosas, percursos e casas bolorentas. e eu acreditava porque merecia cada beijo falso que criavas para me contar. acreditava em cada conversa e cada suspiro, imaginava-te nas agoniosas noites em que a ansiedade te fazia sair à procura de calor. a tua realidade paralela levou-me para lá das fronteiras do país e dos limites dos meus receios. e eu acreditava porque me parecia justo. era certo que fosses feliz, se eu infeliz te tornei. [...] e um dia de repente lembrei-te a história que acreditava que guardavas no teu coração. e tu já não te lembravas. e numa exclamação gargalhada confessaste-me que era uma fábula criada por ti do princípio ao fim. porque eu merecia mesmo sentir o que tu tinhas sentido, com a história a que eu dei alma mas também dei corpo. confessaste-me a rir o teu pecadilho romanceado com aquela espontaneidade infantil. tenho saudades das tuas histórias.

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